terça-feira, 6 de outubro de 2009

SEDUÇÃO!!!



Uma realidade interessante para se pensar.
Como a sedução é importante como “vivência”, no sentido da experiência, da realização, do enriquecimento interior, na construção da interioridade. O seduzir o outro, seja pela palavra, pela estética, pelo poder, existem infinitas formas de seduzir – o que motiva a sedução, passa pela questão tanto do prazer de conquistar como pelo prazer de compartilhar. E aí se pode pensar também, na importância do “olhar” – que sentido extraordinário este que permite que através dele se conheça o mundo, as coisas. Como através desse sentido, selecionamos, escolhemos, evitamos. Os sentidos passam a ser o que “vemos”, então, a visão passa a ter supremacia sobre os outros sentidos, até amortecendo-os, muitas vezes. Paradoxalmente, muitas vezes ele é esquecido, caímos na “mortificação do olhar” – olhamos, mas, não vemos de fato. Perdemos a capacidade de olhar e ver a profundidade do sentimento, a profundidade do amor, a profundidade do Ser. Como diz Padre AntônioVieira “O olhar contém em si todos os sentido, ampliando-os”. Porque hoje, nessa nossa sociedade contemporânea, mortificamos o olhar? Mortificamos o sentir? Mortificamos o Ser? A superficialidade reina nas mentes vazias e corações atribulados pelo medo, medo da solidão, medo da entrega – e entrega no sentido literal, se entregar ao outro de corpo e alma. Só que na grandiosa maioria das pessoas o pavor da entrega por medo de perder o controle de si, e permitir que o outro entre e faça morada, esse medo é devastador. Aliás, esse medo é o grande devastador de almas, de possibilidades de amores que poderiam ser engrandecedores, enriquecedores, inesquecíveis, e que deixam de acontecer. Como o ser humano é fraco ainda. A coragem da entrega só alguns poucos Seres fortes interiormente possuem, e a estes, é permitida esta vivência intensa de amor-entrega. Como é rica a possibilidade de exploração (no sentido positivo) da psique humana, como é complexo esse campo que denominamos “razão”, e como essa junção de razão e emoção, se é que dá para juntarmos os dois, é tão ampla de possibilidades. Voltando um pouco à questão da superficialidade, que é um grande abismo em que o ser humano vem se perdendo, com aceleração crescente pelo menos nesses últimos vinte anos, esse abismo de superficialidade bestializante e paralizante, que não impede, mas anestesia o homem de pensar, sentir e viver com intensidade e profundidade a vida, os sentimentos, as emoções. Como a sociedade se envereda, porque é um processo em andamento, lógico, retirando todas as exceções, nesse caminho fácil do não-pensar, não-sentir, não-responsabilizar-se das coisas importantes da vida, e aí estamos em plena era da “robotização humana”. Como a filosofia se faz urgente e necessária, como ponte de ligação entre o saber, o sentir e o ser. Como filosofia e teologia juntas se fazem imprescindíveis como oásis nesse deserto em que o homem atravessa por ora. A desertificação que a superficialidade causa, já que esteriliza a “construção” de uma vida interior rica de conhecimentos, sentimentos, emoções, vivências, nos remete ao nihilismo de Nietzsche, ao esquecimento do Ser, em Heidegger, e a tantas e tão ricas questões que a filosofia se propõe desde os pré-socráticos até hoje. Como a questão da “sociedade administrada” da Escola de Frankfurt nos salta aos olhos, com todas as suas implicações filosóficas, políticas e humanas. É entendível (mas não aceitável), o porquê tanto preconceito para com a filosofia, não só pelo sua “inutilidade” numa sociedade utilitarista-consumista, como pelos caminhos que nos abre para o pensar, despertar a capacidade crítica é perigoso numa “sociedade administrada”, não temos que pensar, temos que consumir.

Voltando para o tema da sedução, como é bom poder apaixonar-se e seduzir quem despertou essa paixão. É engraçado, porque, para seduzir o outro, faz-se necessário, no mínimo, olhar para si mesmo, conhecer-se melhor, descobri-se para descobrir o outro, e esse caminho é apaixonante!!! Correndo todos os riscos que essa vivência traz consigo. Permitir-se correr os riscos de uma paixão, já uma experiência deveras interessante, poder despertar e desfrutar do sentimento intenso de amor e paixão, carinho, cuidado, e todo mar de sensações, muitas vezes tempestuoso, mas rico, nos possibilita uma riqueza interior junto com uma alegria contagiante. Como a sedução é importante e trouxe tantas implicações na nossa sociedade ocidental, mas isso é material para uma outra reflexão, em outro momento, gostaria só de deixar registrado agora, nesse exato momento, que é maravilhosa a vivência da sedução entre dois seres apaixonantes, apaixonados e que se permitem “compartilhar”, mesmo que distante, de seus mundos ricos de conhecimentos, sentimentos e emoções. Um amor que engrandece e felicita vidas.

Janaina Ismenia de Melo.
(foto tirada da internet)

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