quarta-feira, 31 de março de 2010

A CARNE É FRACA...

Quem nunca escutou essa frase com uma carga de culpa e ao mesmo tempo daquilo que é muito desejado???

O que significa a carne é fraca??? Na Grécia antiga, muito antes do nascimento do Cristianismo, não existia essa idéia de “a carne é fraca”, pois não existia essa idéia de pecado, o uso do corpo e dos sentimentos, quais fossem eles, eram livremente vivenciados, sem a prisão ideativa cristã de pecado. Desde a antiguidade o homem teve liberdade de conhecer seu corpo e viver plenamente sua sexualidade. Com o nascimento do Cristianismo e a idéia de pecado, vivemos desde então, uma cultura de culpa e pecado pelo uso do corpo e dos prazeres, e Foucault no livro “A História da Sexualidade”, em três volumes, vai fazer uma análise brilhante dessa temática do uso do corpo e dos prazeres e da questão do biopoder. Vive-se hoje um paradoxo angustiante, por um lado a idéia de pecado relacionado ao corpo e à sexualidade, e, por outro lado, a mídia e a exigência de um corpo perfeito e exposto, gerando uma cisão profunda na vivência psíquica e emocional do ser humano. Somos bombardeados o tempo todo para termos um corpo sarado e perfeito, uma idéia perversa de juventude eterna, envelhecer é crime, ser feio é uma agressão, ser gordo é uma sentença de morte. Com isso, desenvolve-se um mecanismo de defesa, muitas vezes inconsciente, que é fazer uma cisão entre o pensar e o sentir, refugia-se no racional e anestesia-se o emocional, para evitar o sofrimento. O resultado são relacionamentos superficiais, com pouco ou nenhum envolvimento emocional e baseado na beleza estética e nos valores que a sociedade incentiva do ter e não do ser. A exclusão então é inevitável, a feia (o), a gorda (o), as (o) pobres ficam à margem, têm que se contentar com as migalhas que sobram dos “perfeitos, ricos e felizes”. Claro que sempre há exceção, e existe àqueles que resistem heroicamente a essas idéias e imposições sociais e conseguem ser felizes, independente de estarem ou não dentro dos padrões exigidos socialmente.


Mas voltando a idéia de “a carne é fraca”, por que a carne é fraca? Não será porque é maravilhoso o contato físico com o outro, e ao passo que a mão vai deslizando e alisando o corpo, vai também “amolecendo” o juízo??? Como resistir a um sussurro gostoso ao ouvido, a beijinhos e mordidinhas no pescoço, a um abraço apertado???? Porquê nesse delicioso momento a cabeça fica a mil, dividida entre o que é certo e errado, se deve ou não se permitir? Porque a razão tem que levar a melhor em nome da moral e dos bons costumes??? Que moral é essa que gera angústia e sofrimento? Se a razão prevalece, perde-se momentos deliciosos de intimidade e prazer e geralmente têm-se um sujeito racional, “lúcido”, rígido e dentro do esperado pela sociedade, mesmo que de forma hipócrita, pois vivemos numa sociedade hipócrita e perversa, mas, se a razão não é a vencedora nessa batalha emocional, temos um sujeito emocional, fora dos “padrões esperados”, “leviano”, não confiável, mas que têm um brilho no olhar, um sorriso enigmático e uma energia contagiante, pois são donos de suas vidas e seus corpos, vivem sua emoções e não se prendem a convenções sociais hipócritas, esses conseguem ser felizes, com a “carne fraca”, mas com a emoção forte.


JANAINA ISMENIA DE MELO.
(fotos tirada da internet).


segunda-feira, 29 de março de 2010

NAIARA!!!

Naiara acorda numa TPM braba, cuspindo marimbondo. Toma um café com leite e um sanduíche e corre para o ponto de ônibus, detestava andar de ônibus, lotado então, era a morte. E quase todos os dias pegava o ônibus lotado para ir para a universidade. Entrou no ônibus, não tinha espaço nem para pensamento, mais, mesmo assim, foi passando até o meio, ficou imprensada entre os que disputavam espaço ali, e o motorista parece que adorava dar freadas bruscas, não era ele que estava imprensado naquela lata de sardinha, filho da mãe.

 Já que não tinha jeito mesmo, se concentrava em observar as pessoas que ali estavam, umas ainda dormiam, ora com a cabeça batendo na vidro da janela, ora com o pescoço pendendo para o lado ou para frente, outras falavam da vida alheia, outras reclamavam do motorista, o pior é quando alguém espirrava perto dela, Naiara morria de nojo de espirro, ficava furiosa, se irritava também com os espertinhos que sempre se aproveitavam da lotação e passavam se esfregando, tirando uma casquinha, casquinha nada, era quase um estupro,que absurdo.

“Vão se esfregar na puta que o pariu”, pensava ela.


Nesse dia, além de já estar num TPM pra lá de horrível, nem ela mesmo se suportava nesses dias infames, estava atrasada, e ainda tinha que agüentar uma cambada de pião falando besteira e rogando praga para que aquela lata velha quebrasse, pois não é que pegou, a porra do ônibus quebrou quando ainda faltavam três paradas para a universidade.

“Puta que pariu, vou ter que ir à pé nesse sol, que merda, hoje realmente não é meu dia.”

Chegou à sala de aula esbaforrida de calor e cansada, pois foi num passo rápido para não perder a prova. Quando pega a prova e lê, fecha os olhos, respira fundo umas trinta vezes para não cair de pau naquela idiota da professora.

“Como é que essa imbecil dessa professora cobra uma coisa que ela ainda não deu em sala?”

Naiara passa os olhos pela sala e observa todos fazendo a prova, será que só ela estava indignada? Será que só ela era revoltada ou seria a TPM?

“Meu Deus, que povinho mais conformado, ninguém vai reclamar? ninguém vai falar nada? Isso é uma turma ou uma manada? Toda vez eu falo e me lasco sozinha, fica todo mundo calado e eu sou a revoltada, a subversiva, a chata, que ódio. Mas eu não agüento, eu vou reclamar. Professora, posso fazer uma pergunta?

“Claro Naiara”.

“Como é que a senhora está cobrando uma coisa que ainda não deu em sala?”

“Isso foi falado em sala sim, você deve ter faltado”.

“Eu não faltei nenhuma aula sua, e isso não foi debatido, muito menos explicado e agora a senhora cobra como se tivesse sido dado.”

“Naquela primeira aula isso foi falado sim.”

“Naquela primeira aula, isso foi falado muito superficialmente, mas, a senhora não explicou sobre a atuação do psicólogo na rede básica de saúde, não explicou quais os diversos modos de atuação do psicólogo na saúde pública, como ele integra as equipes do CAPS (Centro de apoio psico-social) e do NASF (Núcleo de apoio sócio-familiar) e nada dessa atuação, nem deu texto e agora cobra sem ter minimamente explicado, isso é um absurdo. E a turma, todo mundo calado? Só eu que reclamo? Ou eu estou louca? Pessoal, ninguém tem nada para falar?

Silêncio.

“Pelo jeito Naiara, só você está incomodada.” Silêncio que a prova já começou e você está atrapalhando quem já está fazendo a prova.”

Naiara levantou-se, rasgou a prova e saiu. Foi direto para a coordenação do curso, falou com a direção e fez sua reclamação, mas, sentiu que não ia dar em nada e só ela se prejudicaria. Foi reclamar na ouvidoria, conversou com o ouvidor e pediu para que fosse anulada aquela prova e a professora explicasse e desse material para poder ser cobrado. O ouvidor falou que iria tomar providências.

Naiara saiu da universidade “fumando numa kenga”, puta de raiva, estava com mais raiva da turma do que da professora. Que turma traira. Estava muito chateada, que povinho alienado, sem consciência política, sem capacidade para lutar pelos seus direitos, também, esperar o quê numa universidade particular, onde a maioria é filhinho de papai, o que interessa é o diploma, o resto que se exploda, que ódio. Imagine quando esses mauricinhos e patricinhas forem atuar profissionalmente, e derem de cara com a realidade, que não é nada cor de rosa como a vidinha abastada de papai. Vão ficar desorientados com o sofrimento, a fome, a pobreza, a miséria, a falta de estrutura nos postos de saúde, isso, os que forem para a saúde pública, que esses talvez acordem do seu mundo de cinderela, os que forem para a iniciativa privada, vão para continuar defendendo os que têm dinheiro, infelizmente, a psicologia ainda é uma profissão elitizada e ainda serve a muitos interesses elitistas, tanto na clínica elitizada, quando nas organizações capitalistas, vivemos num capitalismo selvagem. Só os que forem para a saúde pública e para a psicologia social, talvez acordem com o choque de realidade que vão ter, ao se defrontarem com a pobreza e as questões sociais sérias desse meio social, talvez consigam desenvolver tardiamente seu senso político e sua consciência política e de cidadão e profissional da saúde.

Chega em casa, almoça, e como estava muito indisposta, com cólica e muito chateada com o episódio da universidade, vai pra cama, dorme a tarde inteira, acorda indisposta, estuda um tempo, janta sozinha e pensa sobre sua vida e sua solidão, chora tomando café com leite e com um pedaço de pão na boca.


“Odeio esses dias de TPM, me sinto um lixo, parece que todo sofrimento que eu escondo tanto de mim mesma, nesses dias se agigantam e não consigo fugir de toda essa tormenta. Que solidão e tristeza. Vou tomar banho pra lavar meu corpo e minha alma, depois vou dormir, não quero ficar pensando loucamente em todas as dores que sinto, senão vou enlouquecer, amanhã é outro dia, e talvez essa porcaria de TPM já esteja mais branda, tudo vai ficar bem, eu preciso acreditar nisso.”

Foi dormir imersa em seus pensamentos e suas reflexões.

Janaina Ismenia de Melo.
(fotos tirada da internet)

quarta-feira, 24 de março de 2010

MINHA ALMA SENTE - III



MINHA ALMA SENTE ÍMPETOS DO MAR AO OLHAR A NATUREZA,
QUANTA BELEZA HÁ NAS PÉTALAS DAS ROSAS, QUANTA DELICADEZA,
TECITURA DIVINA DA BELEZA.
ME ENCANTA A SINFONIA DO MAR,
ME ENLEVA O CREPÚSCULO, NINGUÉM SABE O QUE ACONTECE QUANDO O SOL TOCA O MAR, PRECE DIVINA NESSE ENCONTRAR.
MINHA ALMA SENTE A BELEZA DA VIDA NO SEU INTENSO MOVIMENTO DE SE DAR,
DE COMUNGAR COM AS DIMENSÕES METAFÍSICAS DA EXISTÊNCIA,
DE TENTAR MERGULHAR EM SEUS MISTÉRIOS E SEGREDOS
E MUITAS VEZES CAIR NO ABISMO DA ANGÚSTIA DO NÃO SABER,
MAS SENTIR EM MEU SER O INTENSO MOVIMENTO DO QUERER SABER,
MOVIMENTO DE VIDA A SE DEBATER NOS RECÔNDITOS DO MEU SER,
QUANTA POESIA NA EXISTÊNCIA,
QUE DELEITE OLHAR AS ESTRELAS,
QUE IMENSIDÃO EXISTE NO UNIVERSO,
COMO É MESQUINHO SE PERDER NA INFINITA PEQUENEZ DE UM EGO EGOISTA
E PERDER DE VISTA A IMENSIDÃO DA CRIAÇÃO DIVINA
 E SUA INFINITA MISERICÓRDIA.
MINHA ALMA SENTE A SERENIDADE DO ORVALHO DA MANHÃ,
MINHA ALMA SENTE A SUAVIDADE DA LUA ESPLENDOROSA NO CÉU,
O MOVIMENTO REVOLTO DO OCEANO,
A BRISA CÁLIDA DA MANHÃ
E AS TEMPESTADES DO DESERTO,
TORMENTAS E MAREMOTOS TAMBÉM AGITAM MINHA ALMA,
MAS TUDO É DEVIR E DESCOBERTA,
É FEITURA DE SER A CADA NOVA MADRUGADA,
VIVENDO A METAFÍSICA MISTERIOSA DO TEMPO,
MAS O QUE É O TEMPO?
O GRANDE MISTÉRIO DA CRIAÇÃO?
TANTAS PERGUTAS E TANTAS POSSÍVEIS RESPOSTAS FERVILHAM EM MEU SER,
 MINHA ALMA VIBRA COM A MÚSICA E SEUS DIVINOS ACORDES
 QUE TOCAM A SENSIBILIDADE DA ALMA E INEBRIAM OS SENTIDOS,
POSSIBILITANDO VIAGENS ÀS ESFERAS MAIS SUTIS DA EXISTÊNCIA,
MINHA ALMA SENTE O AMOR EM SUA ESSÊNCIA
INUNDAR CADA PEDACINHO DO MEU SER,
SENDO VIVIDO E VIVIFICADO A CADA SEGUNDO DA METAFÍSICA DO TEMPO DA VIDA, MINHA ALMA SENTE...




JANAINA ISMENIA DE MELO.
















(fotos tirada da internet)

quinta-feira, 11 de março de 2010

PARA ONTEM...


Hoje a pressa é a tônica do dia-a-dia e das relações. Vivemos sobre a pressão esmagadora do tempo e da falta de tempo, não temos tempo para brincar com nossos filhos, para apreciar o pôr do sol, as flores no jardim, de perceber e sentir como estamos e como está nosso parceiro(a), falta tempo para SER, pois o ter esmaga nossa possibilidade de SER no mundo capitalista e consumista que vivemos. Tudo tem que ser para ontem, para semana passada, e assim perdemos a capacidade de estarmos presente no agora, vivemos presos no passado e presos num futuro que ainda não chegou, mas nos toma tanta energia que o presente vai ficando abandonado. Parar para relaxar é um crime, deitar numa rede e balançar sem pensar em nada ou pensar só bobagens é pedir uma “camisa de força”, corrermos tanto e tudo é tão rápido que esse ritmo frenético está nos lançando num abismo profundo de desespero e desesperança, e o pior, essa pressa desarvorada está instalada nas relações amorosas. Não temos mais paciência para conhecer o outro e nos mostrar para o outro, passear de mãos dadas e corações unidos, olhar o mar, tomar sorvete e conversar. A conversa relaxada e o rituais de conquista estão soterrados pela pressa e pelo medo, medo de perder um amor que nem começou, medo da solidão, medo de si mesmo e de se permitir ao outro, vivemos hoje uma sexualidade exacerbada e vazia, que nos empobrece ao invés de nos preencher, que rouba de nós o pouco que já temos e não acrescenta nada ao outro, pois o vazio é a tônica das transas instantâneas, onde muitas vezes, nem se sabe o nome do outro, uma triste realidade, pois o sexo quando existe amor e entrega é sublime e nos deixa plenos ao invés de nos empobrecer.
Estamos sufocando sem ar, sem contato com nossos sentimentos mais profundos, sem contato com quem somos e o que queremos, estamos robotizados num mundo virtual acelerado e num sistema capitalista consumidor que consome nossas almas e sonhos, e quando percebemos estamos sucumbindo sem amor e sem contato com nosso SER. Acordamos atrasados, corremos o dia todo numa maratona insana, vamos dormir moídos e nem conseguimos perceber as coisas boas ao longo do dia, tudo é desesperadamente alucinado, para quê? Por quê? Para quem? Precisamos urgentemente repensar nossas vidas e nossas prioridades.

No amor a pressa é uma armadilha cruel, nem bem se começa a relação já queremos ouvir “eu te amo”, não dá tempo para sentir a emoção de conhecer o outro, de desvelar seu Ser, de se inebriar com o outro, o cheiro, o gostos, o tato, o jeito, de olhar nos olhos, pois o medo de perder o outro é imenso, a solidão é um monstro assustador demais, pois no coloca em contato com nosso “buraco existencial”, e isso é assustador demais para a grande maioria das pessoas. Precisamos de amor, de adrenalina, de sexo, de romance, de atenção, de carinho, mas, esquecemos que precisamos antes de tudo, de nós mesmos, de mergulharmos em nosso Ser e nos conhecermos, nos amarmos e de desenvolvermos nossa fortaleza interior, fortalecermos nossa auto-estima e nosso amor próprio para não jogarmos no outro toda nossa carência e desespero. Mas, infelizmente esquecemos de nós mesmos, e colocamos todo nosso poder no outro, e ai, idealizamos o outro e fatalmente quebramos a cara, pois o outro é apenas uma pessoa real, cheia de defeitos e qualidades, mas nunca nossa idealização, como ainda estamos tão imaturos emocionalmente. Precisamos aprender a arte de saber esperar, de ter paciência para nos conhecermos e conhecermos o outro, dar tempo para o conhecimento e para a criação de vínculos afetivos, que não são instantâneos, precisa de tempo, paciência e investimento para poder florescerem. Vivemos hoje uma indigestão emocional advinda da pressa e de amores mastigados e engolidos inteiros, sem apreciação e “degustação” necessária. A fome desesperada de afeto nos faz aceitar qualquer coisa, qualquer forma de afeto, nem paramos para perceber se é o que queremos, se vai nos satisfazer ou se não serve para nós, o que importa é não sentir solidão, carência, nos submetemos a migalhas afetivas, na maioria dos casos, isso é muito triste. O amor verdadeiro exige tempo, dedicação, paciência, disposição, abertura, entrega, confiança, risos e lágrimas. Precisamos reencontrar o caminho que nos leva para nós mesmos e para a vida verdadeira, sem a tirania da pressa e do desespero.


Janaina Ismenia de Melo.
(foto tirada da internet - gravura de Salvador Dali)

terça-feira, 2 de março de 2010

MINHA ALMA SENTE - PARTE II



Minha alma sente pressa de viver, de conhecer, de experimentar, de ter respostas e certezas...mas também quer ter o prazer de esperar, de balançar na rede ao vento se deliciando ao som do mar de pernas pro ar deixando tudo pra depois .

Minha alma sente a criança de minha alma a correr pela praia se deliciando com o vento nos cabelos, empinando pipa, tomando banho de mar...lembranças gostosas de lembrar...

Minha alma sente as lágrimas choradas da adolescência conturbada, das brigas inacabadas, dos beijos roubados, dos flertes e jogos de cena, da pipoca no cinema, das amigas a gargalhar. Tempo de descobertas e desesperos, de crises e encontros, das vivências inesquecíveis que sempre marcarão nossa memória e nosso caminhar.

Minha alma sente a beleza de ser mulher, de poder amar, de poder gerar, de poder chorar e sorrir com a alma plena, de poder despertar amores e viver as dores de amores não vividos, quantas lágrimas derramadas por amores impossíveis, por amores inacabados, por amores magoados, pelo grande e único amor impossibilitado, quanta dor a saudade me faz sentir...como é bom ser mulher e viver toda delícia da feminilidade erótica consentida, plenamente vivida, sentir a delícia de passear por teu corpo em um passeio de mãos, pernas e bocas, balé de pernas e línguas em um encontro pleno de prazer – viver a dimensão metafísica da felicidade!!!

Minha alma sente a beleza de ser mulher, de ser intensa, de ser EU – única e múltipla em intensas nuances de Ser!!!


JANAINA ISMENIA DE MELO.
(fotos tiradas da internet)

CAOS E SOLIDÃO!!!



Um caos de palavras e sentimentos se revolve dentro de meu Ser multidões de pensamentos e sensações se mesclam em infinitos diálogos internos, uns suaves, outros que são tormentas e tiram tudo do lugar. Meu ser é tecido de contrários, de inquietudes, de dúvidas e certezas, mistérios e transparências, não consigo me achar em um só e mesmo lugar, meu ser transita por inúmeras instâncias e dimensões, umas agradáveis, outras nem tanto.

Me sinto em um labirinto com um Minotauro preste a me devorar e não há como escapar, mas procuro frestas de ar, sinto brisas suaves a me tocar, mas por vezes, sinto ciclones a me abalar, é intensa essa vivência de misturar o que é perceptível com o que é confuso, não sei mensurar...

A angústia é um sentimento que nos deixa pelo avesso, que traz o mar aos olhos, que nos faz sentir a alma como um deserto solitário, com ventos cortantes e noites gélidas, nada e nem ninguém para compartilhar choros e risos, somente o silêncio metafísico das estrelas e um buraco negro na alma.


JANAINA ISMENIA DE MELO.
(foto tirada da internet)